[Bancariosdebase] CASSI
Utopia
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Quarta Setembro 3 19:16:28 UTC 2014
Repasso matéria:
Banco do Brasil
A assistência de saúde a serviço da especulação financeira
A Cassi (Caixa de Assistência do Banco do Brasil) entregue pelo governo FHC aos abutres capitalista, agora enfrenta falência
A Cassi (Caixa de Assistência do banco do Brasil) que foi construída com o esforço da categoria, passou a ser controlada diretamente pela direção do Banco, após as mudanças do estatuto em 1996 a direção do Banco e a burocracia sindical que alardeavam a iminente falência da Cassi, anunciaram a fórmula de “salvação” da Cassi com argumentações esdrúxulas:
1. A capitalização da CASSI - a “falência” da Cassi será resolvida através do aumento de 1% para 3% na contribuição do funcionalismo (200% de aumento na contribuição) e de 2% para 3% para a empresa (50%). O banco, ainda, destinaria 1,5% a mais, que é destinado para as despesas administrativas da Cassi.
2. Gestão democrática - um maior controle do corpo funcional sobre a Cassi, através da gestão paritária.
Qual foi o significado dessas questões?
Através da mudança do estatuto, aumentou-se a contribuição do funcionalismo e reduziu-se proporcionalmente à do Banco. Isso significou que os trabalhadores foram chamados a pagar pela “falência” da terceira maior acionista do Banco na época.
O 1,5% a mais que o Banco passou a pagar correspondente às despesas administrativas, que no estatuto anterior era de responsabilidade do Banco (conforme relatoria anual 2013, as despesas administrativas chegaram a 10,3% da receita da entidade, demonstrando que essa receita “extra” não cobre essas despesas) passaram a ser de responsabilidade da Cassi, considerando ainda que os administradores passaram a receber salários os mais altos do quadro do Banco.
Os funcionários que possuíam parentes como dependentes indiretos (pais, avós, tios, etc.), tiveram que inclui-los em um plano específico, passando a pagar por um plano de saúde equivalente a qualquer outro existente no mercado: mais caro, com carência e não cobrindo o total das despesas e tratamentos a que deveriam ser submetidos os pacientes.
A última mudança do estatuto da Cassi, em 2007, também apoiada pela burocracia sindical, Contec e Anabb, junto com a direção do banco, que gerou uma enorme manipulação, em que o corpo social rejeitou a mudança em três consultas só sendo aprovada apenas na quarta votação e, só após intensa campanha, não só da direção do BB como também da burocracia sindical PT/Articulação, o novo estatuto foi “aprovado”. O mesmo estabeleceu, dentre outras questões, a cobrança, a título de “co-participação”, de 10% sobre eventos de diagnose e terapia não vinculados à internação hospitalar para o associado e o investimento por parte do banco em serviços próprios no valor de R$ 300 milhões na Cassi, que até hoje os trabalhadores não sabem onde foram parar, sendo que, o compromisso era que após a aprovação da reforma, esse recurso seria investido em serviços próprios, ao contrário disso, o que vem acontecendo é o fechamento e
o abandono de ambulatórios, descaso em relação aos SESMTs etc.
O que chama atenção em relação às duas reformas no estatuto, é que a mesma direção que alardeava a iminente falência da Cassi, patrocina o mais brutal ataque contra os trabalhadores (arrocho salarial, rebaixamento de salários, demissões, etc.), ao mesmo tempo em que é co-promovedora da maior orgia de transferência de dinheiro público para o bolso dos banqueiros, latifundiários e grandes empresários. Todo esse ataque que sofreram os bancários só foi possível porque os banqueiros contam com a colaboração da burocracia sindical (PT/Articulação, PCdoB, PSTU e PSOL) a frente dos sindicatos dos bancários nacionalmente.
A Cassi é uma instituição com o movimento anual de mais de R$ 1,5 bi e com um superávit em média de R$ 200 mi nos últimos quatro anos e possui mais de 850 mil associados, sendo uma das maiores caixas de assistência da América Latina, não tem motivos para estar no atual regime de “falência”.
O Economus também entrou na dança
Após alguns anos da incorporação do banco estadual paulista Nossa Caixa, a gestão do Banco do Brasil deixou claro sua política de ataque às condições de saúde de seus funcionários.
Para o patrão, que neste governo de frente popular conta com a colaboração das burocracias sindicais, o que importa é reduzir custos onde os trabalhadores pagam a conta.
A colcha de retalhos que se transformou o funcionalismo do BB com os brutais planos e reestruturações impostos pelo banco acentuou-se com a chegada dos novos companheiros dos vários bancos incorporados. Além dos pré e pós 98, chamados na época de genéricos, do novo plano de cargos e salários onde na mesma função há jornada de seis e oito horas, esses novos funcionários do Banco do Brasil tem direitos diferenciados da maioria.
Para eles não importa se bancários morrem, como de fato aconteceu, ou se o imenso obstáculo burocrático dificulta sua assistência médica. A política tem sido de dividir os trabalhadores criando setores com direitos diferenciados e estimulando um acirramento de ânimos.
Há toda uma armadilha de amarrações para forçar a adesão a Cassi onde a pessoa deve optar por algo que perderia direitos senão estará preso e condenado a ficar nessa situação escandalosa.
Uma questão central sobre o Economus é que os novos funcionários do BB ficam desamparados ao se aposentarem pois não levam esse direito de assistência médica como os demais funcionários da mesma empresa.
Como há uma boa parcela desses novos funcionários que estão há alguns anos da aposentadoria, o jeito tem sido de “empurrar com a barriga” até que esses trabalhadores percam seu direito "naturalmente" e deixem de ser um obstáculo para essa politica de colaboração de classes entre o BB e as burocracias sindicais que controlam os sindicatos pelo país (PT, PSTU, PSOL e PCdoB).
Lutar por uma Cassi sob o controle dos trabalhadores
Quanto mais se aprofunda a crise do capitalismo, aumenta a necessidade dos patrões procurarem uma saída através de um maior ataque às condições de vida dos trabalhadores.
Valendo-se de um recuo das direções sindicais no encaminhamento das lutas dos trabalhadores bancários, a direção do BB procura abrir caminho para derrubar mais uma conquista histórica da categoria, que foi fruto da luta de gerações passadas. Não podemos ceder às pressões, temos que dizer não a mais essa fraude montada.
Toda a ofensiva do banco contra os trabalhadores não é mais que a decorrência da política de adaptação das direções do movimento operário, que vêem na “democratização” do estado burguês, uma saída para os seus próprios interesses pessoais através da co-responsabilidade no gerenciamento do estado e das suas empresas. No BB, a cada dia que passa, mais e mais se torna cristalino essa posição, através da “luta” empreendida pelos postos, Conselho de Administração do banco (antigo Garef), Conselho Deliberativo na PREVI e na CASSI.
Hoje, 25% (¹/4) do quadro está entre afastados do serviço ou com tratamento psiquiátrico intenso e contínuo decorrentes do trabalho. Que o patrão aumente sua participação na CASSI por conta disso.
Não nos serve a alternativa de nos jogar para o SUS como tem insinuado o PT. Nem desviar a luta para o judiciário como propõe o PSTU. É necessário que rompamos com essa divisão imposta pelo BB e pela burocracia sindical, inclusive a que se proclama “oposição” e coloquemos a isonomia na assistência médica a todos os funcionários do banco e melhoria dela.
Em oposição a esta política que é um beco sem saída para os trabalhadores, é necessário a construção de um verdadeiro movimento de oposição que se baseie na independência de classe, e que, calcado em um programa classista, coloque na ordem do dia a luta por uma Cassi controlada única e exclusivamente pelos trabalhadores.
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