[Bancariosdebase] eleições municipais 2012

Daniel tzitzimitl em terra.com.br
Quinta Agosto 23 20:24:33 UTC 2012


  Segue texto do Espaço Socialista com nossa posição sobre as
eleições municipais de 2012
 Daniel
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 “So, understand! You waste your time always searching for those
wasted years! 
 Face up! Make your stand! And realize your living in the golden
years!” 
 “Então, entenda! Você perde seu tempo sempre buscando por aqueles
anos perdidos! 
 Encare! Tome uma posição! E perceba que você está vivendo nos
anos dourados!” 
 Iron Maiden, “Wasted Years” 
 _________________________________________ 
NESSAS ELEIÇÕES: O QUE FAZER?
	Há uma decepção e um mal-estar com as eleições. Essa descrença
é geral e envolve as mais tradicionais “democracias”, como a
França e a Grécia, pois setores cada vez maiores dos trabalhadores e
da juventude veem que os vários governos e parlamentos eleitos agem
em prol dos empresários e não hesitam em atacar os direitos e
condições de vida dos trabalhadores, a maioria que os elegeu. 
 É cada vez mais nítido que no chamado “jogo democrático” as
empresas levam grande vantagem sobre os trabalhadores, pois podem
bancar megacampanhas para eleger seus representantes. E como no
capitalismo a corrupção é indispensável e não apenas um desvio de
conduta, essas empresas passam a decidir sobre todos os rumos do país
de acordo com as suas próprias necessidades e não do povo.
 Enquanto isso, quando os trabalhadores reivindicam algo como Saúde,
Educação, moradia e transporte dignos, esses mesmos senhores logo
mandam a polícia para bater, prender ou matar. 
 A democracia que temos é a democracia burguesa, uma democracia dos
ricos. Mas, para os trabalhadores continua um regime de opressão,
pois mantém e aprofunda a exploração e o controle, mesmo que se
empreguem alguns meios diferentes de uma ditadura militar. 
 Com a crise estrutural do capital e o endurecimento dos patrões e
dos governos sobre os trabalhadores, as tendências autoritárias
estão se acirrando até mesmo em regimes considerados mais
democráticos. Estão sob ataque o direito de manifestação, de greve
e de ocupações sendo enquadrados como “formação de quadrilha”.

 Mesmo que por uma exceção sejam eleitos políticos éticos e bem
intencionados há toda uma série de restrições políticas e legais
quanto às mudanças realmente importantes para quem trabalha. 
 Há todo um esquema de funcionamento para legitimar o poder da
burguesia e do capital sobre a sociedade. O direito à propriedade
privada da burguesia, por exemplo, está assegurado na própria
Constituição. A Lei de Responsabilidade Fiscal limita os gastos com
o funcionalismo para que sobre mais dinheiro para o pagamento dos
juros das Dívidas ao capital financeiro. 
 Por último, se a burguesia sentir a qualquer momento que seu poder e
seus privilégios estão ameaçados é a primeira a recorrer aos
golpes militares como se viu tantas vezes na história. 
 Portanto, a primeira tarefa de uma organização socialista nas
eleições é combater as ilusões de que através do voto possamos
resolver qualquer um dos problemas estruturais como: ônibus lotado e
caro, falta de moradia, falta de postos de saúde e de Educação de
qualidade, falta de espaços culturais e de lazer, etc. 
 Devemos dizer aos trabalhadores que confiem apenas em suas próprias
forças e métodos de luta como greves, passeatas, ocupações, etc. e
que acreditem em um processo de transformação da sociedade. 
 Não defendemos a volta da ditadura militar, mas também não podemos
aceitar a ditadura da burguesia. Precisamos de uma democracia real em
que as decisões importantes estejam nas mãos dos trabalhadores e do
povo pobre, para resolver de fato os problemas sociais. 
 Não negamos que mesmo essa aparente democracia permite um espaço
maior de informação, discussão e organização dos trabalhadores,
mas a utilidade do período eleitoral para os trabalhadores é de
podermos debater, nos organizarmos e fortalecermos a luta pelas
mudanças que realmente interessem aos trabalhadores. 

	EM TODAS AS CIDADES, OS MESMO PROBLEMAS... 

	Os problemas que enfrentamos no dia a dia são comuns nas várias
cidades, o que significa que sua causa é maior. São problemas da
sociedade em que vivemos, do capitalismo, aprofundados pelos governos,
seus agentes. 
 Os serviços públicos em geral estão precarizados porque os
governos Dilma, Alckmin, os prefeitos e congressistas cortam cada vez
mais as verbas e investimentos públicos para que esse dinheiro seja
direcionado para garantir a lucratividade do setor empresarial. 
 Podemos ver isso no trânsito: Ao se priorizar o transporte
individual, necessário para incentivar cada vez mais o consumo de
mercadorias e o individualismo, não se investe na quantidade e nem na
melhoria da qualidade de ônibus e trens, pois não é lucrativo. O
mesmo ocorre na área da Saúde: Para favorecer os grandes planos de
saúde cortam-se verbas do SUS. E assim os problemas vão se agravando
em todas as áreas. O capitalismo está levando a humanidade à
barbárie! 

	É PRECISO DIZER QUE SOMENTE A LUTA MUDA A VIDA! 

	Em cada cidade também há um grupo de famílias que enriquecem à
custa da maioria que sofre sem estrutura nenhuma. Essas poucas
famílias associadas às grandes empresas controlam a vida econômica
e política de cada município. Dominam as empresas de ônibus, de
coleta de lixo, de abastecimento de água, o comércio da região,
etc. 
 Para começarmos a resolver qualquer um dos problemas principais que
afetam os trabalhadores precisamos romper com o controle dessas
famílias sobre a cidade. 
 Assim é preciso que a partir de cada local de trabalho, estudo,
moradia e através de lutas, mobilizações, ocupações, etc.
comecemos a assumir as decisões mais importantes e ter poder de fato.
Por exemplo, mobilizarmo-nos contra o aumento de passagens, contra os
aumentos e privilégios dos vereadores, contra a municipalização,
por moradia, etc. 

	UM PROGRAMA SOCIALISTA DOS TRABALHADORES PARA AS CIDADES E PARA O
PAÍS! 

	- Prioridade para o transporte público. Estatização das empresas
de ônibus, sob controle dos trabalhadores. Aumento do número de
ônibus e melhoria de sua qualidade. Tarifa social, subsidiada pelo
município com arrecadação das empresas.
 - Aumento do número de postos de saúde e hospitais com melhoria de
qualidade.
 - Barrar e reverter a Municipalização, mantendo o emprego dos
professores que trabalham nessas escolas.
 - Apoio às lutas por moradia! Confisco e Expropriação de todos os
imóveis não utilizados e sua inclusão em um programa público de
moradia popular.
 - Redução dos salários de todos os cargos de confiança ao
salário médio de um trabalhador especializado. 
 - Que os trabalhadores administrem as cidades através de Conselhos
Populares deliberativos e sem patrões! 
 - Expansão dessas lutas e formas democráticas de gestão, no
sentido de um governo nacional dos trabalhadores, baseado em suas
organizações de luta! 
 - Pelo socialismo como forma de organizar a sociedade em base às
decisões coletivas e com democracia direta para o bem estar de todos
em equilíbrio com o ambiente! 

	RECHAÇAR AS CANDIDATURAS REPRESENTANTES DOS PATRÕES E DO GOVERNO! 

	Independente da nossa vontade é um fato que mesmo descontentes e
desanimados a maior parte dos trabalhadores vão comparecer às urnas
e votar. Nessa situação em que amplos setores da classe trabalhadora
vão votar, não é indiferente para quais candidaturas e partidos
vão esse voto. 
 Assim, mesmo priorizando as lutas diretas dos trabalhadores é
preciso também disputar sua consciência com a burguesia, com a
direita e com os setores governistas do PT. O voto dos trabalhadores
deve expressar e fortalecer o lado dos trabalhadores, das nossas lutas
e da unidade entre os que lutam. Ou seja, defendemos um voto de classe
e de luta também nas eleições. 
 Devemos rejeitar candidaturas dos vários partidos burgueses e
governistas: do bloco PSDB/DEM/PPS ou do bloco PT/PMDB/PSB e seus
apoiadores. Essas candidaturas somente vão aprofundar cada vez mais
os ataques aos trabalhadores. Representam os nossos inimigos. 

	OS PROBLEMAS NAS ORGANIZAÇÕES DE ESQUERDA E O CHAMADO A UM VOTO DE
CLASSE! 

	Por outro lado sublinhamos que mesmo entre as candidaturas que se
apresentam no arco das lutas e da esquerda, há vários problemas.
Primeiro, essas organizações comparecem às eleições sem denunciar
em suas campanhas o caráter burguês dessa democracia e dessas
eleições. Não destacam que a prioridade é estar nas lutas.
Contribuem para manter as ilusões dos trabalhadores na democracia
burguesa e nas eleições. Segundo, na ânsia por eleger, em vários
municípios, alguns desses partidos coligam com partidos burgueses ou
governistas. É o caso do PSOL em vários lugares, como em Minas
Gerais. 
 Mas o fato novo é a presença do PSTU coligado com o PC do B na
disputa para a prefeitura de Belém. Ao coligar (ou seja, não é
apoiar) com o PC do B, que há muito ultrapassou a barreira de classe,
o PSTU adota uma política que perde a independência de classe,
demonstra um forte desvio eleitoreiro, aceita passivamente as regras
do jogo burguês e abre mão de uma política de esquerda a fim de
eleger um vereador.
 Além disso, com a participação nessa frente o PSTU joga por terra
todo o seu discurso sobre o papel dos revolucionários no processo
eleitoral burguês, como se o voto fosse “uma simples tática”. 
 Para nós, faz muita diferença o trabalhador votar nas candidaturas
de esquerda ou nas do governo. 
 Em Belém, o voto no candidato da frente PSOL/PC do B/PSTU não vai
expressar uma oposição ao governo Dilma, pois um dos cabeças da
frente, o candidato a vice-prefeito, é do PC do B e defensor
entusiasta do governo. Não é verdade que o PC do B ocupa um papel
secundário na frente, como a Nota da Direção Nacional quer fazer
acreditar. Ver polêmica em: espacosocialista.org/node/345.
 Por último, mas não menos importante é o fato de que na maioria
das grandes cidades não há frente, as legendas comparecem às
eleições de forma totalmente fragmentada. Isso é o resultado de uma
concepção de unidade limitada aos acordos de cúpula e aos
interesses imediatistas de cada uma dessas organizações que impedem
que possam subordinar as questões de programa, de alianças e de
cabeças de chapa aos ativistas e lutadores em cada região. 
 Nós, Espaço Socialista, defendemos que houvesse um Movimento
Político dos Trabalhadores, também nas eleições, preparado por
ampla convocação, realização de seminários e plenárias
deliberativas abertas a todos os ativistas e lutadores em cada
município de modo que tanto o programa como as alianças e as
candidaturas fossem decisão coletiva e unitária. 
 Os interesses aparatistas e de cúpula prevaleceram ainda desta vez e
o resultado disso deve se expressar na dificuldade de se fazer
campanha em meio à extrema fragmentação. 
 Devido à fragmentação que se expressa em várias candidaturas da
esquerda, aos problemas citados acima e às desigualdades próprias de
eleições municipais em um país continental optamos por um chamado
geral a um Voto de Classe sempre e quando as candidaturas expressarem
as lutas dos trabalhadores, não estiverem coligadas com partidos
governistas e não receberem dinheiro dos empresários, no arco do
PSTU,PSOL,PCB e PCO, com possibilidade de voto nulo onde esses
critérios não estiverem atendidos. 
 Com essa posição buscamos a coerência na luta, o desenvolvimento
da consciência dos trabalhadores e chamamos você a se reunir,
debater e fortalecer com o Espaço Socialista esse polo prático de
luta em busca da transformação geral da sociedade rumo a um outro
tipo de sociedade, a socialista. 
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